Um curta paraguaio representará o país no Festival Berlinale

O filme paraguaio Calle Última, dirigido por Marcelo Martinessi, foi selecionado para ser exibido no Festival Berlinale, que acontecerá de 10 a 20 de fevereiro em Berlim, Alemanha.

Lorena Esquivel, Lorena Vera, Gladys González e Jorge Rojas, os jovens protagonistas, trabalhavam na rua quando em 2009 o realizador Marcelo Martinessi começou uma série de oficinas de roteiro e realização no contexto de um projeto denominado “Direito a uma vida livre de violência para crianças e adolescentes moradores de rua, vítimas de exploração sexual e de outras condições de exclusão social”. Esta iniciativa envolveu a organizações não governamentais como o Grupo Luna Nueva, o Don Bosco Róga e o Calle Escuela. Agora, os quatro jovens se preparam para viajar para a Alemanha, onde participarão de exposições e de encontros nos que contarão as experiências vividas enquanto realizavam a filmagem de Calle Última.

Martinessi destacou que “vai ser muito interessante a participação paraguaia (na Berlinale), já que pela situação especial destes meninos, que vivem uma situação de vulnerabilidade, será uma experiência bastante forte. Estamos levando em conta todos os cuidados que se deve ter, todo o apoio psicológico que necessitam, algumas aulas de alemão, roupas, etc.”.

Acrescentou que “a seção na qual participamos está especialmente dedicada à juventude e à adolescência. Temos também a possibilidade de terminar a cópia em 35 milímetros, bem como a de fazer um pequeno documentário no qual se resgatarão suas histórias no marco deste festival”.

Calle Última é um curta-metragem de 20 minutos. “A princípio, foi feito com a participação de umas 30 crianças e adolescentes; depois fomos selecionando e ficaram os 17 mais responsáveis, que foram os que mais trabalharam no curta. Foi filmado no final de 2009, editado em 2010 e agora vamos estreá-lo na Berlinale”, comentou Martinessi.

“Tivemos uma primeira função especial no Festival de Cinema Latino-americano de Biarritz na França, mas ninguém foi lá. Agora temos a oportunidade de estar na Berlinale, que é como uma vitrine muito importante para qualquer material audiovisual e apareceu a possibilidade de que Itaipu nos apoiasse com a viagem dos meninos”, afirmou.

O diretor

Marcelo Martinessi estudou comunicação na Universidade Católica de Assunção e cinema em Nova York, Londres e Madri. Desde o início de sua carreira como cineasta se envolveu em projetos de curtas-metragens e documentários com temáticas sociais e de identidade.

Entre seus trabalhos mais destacados encontram-se Los Paraguayos, estreado no Festival de Cinema de Biarritz, França, em 2007; Paraguay, según Agustín Barrios, um panorama da obra do maestro paraguaio de violão clássico; e Partida, um curta sobre a exploração de trabalhadoras domésticas em nosso país.

Karai Norte é seu primeiro projeto independente em celuloide, que recebeu um prêmio da National Geographic e teve apoio do FONDEC, da PETROBRAS, das Industrias Trociuk, da AECID e do Centro Cultural da Espanha “Juan de Salazar”. Foi o primeiro trabalho paraguaio a chegar à Berlinale e a conseguir o prêmio Mayuel de melhor curta-metragem ibero-americano 2009 no Festival Internacional de Cinema de Guadalajara, México. Recentemente saiu vencedor do AXN Film Festival, tendo sido selecionado entre 400 filmes.

Marcelo Martinessi está trabalhando no projeto da Televisión Pública Paraguaya, que pretende ir ao ar este ano, no ano do Bicentenário.

Fonte: http://www.nanduti.com.py

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